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Mostrando postagens de junho, 2010

Por acaso.

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Um dia desses, eu estava numa livraria e me deparei na estante com um título que me chamou a atenção. Folheei-o e, depois de ler o prefácio, me arrepiei com o que lá estava dito, embora deva admitir que ultimamente, meu Deus, me sensibilizo com as coisas mais desconexas do mundo. Outro dia vi uma propaganda de um carro na televisão – um pouco emotiva, com uma música que me remonta a outros tempos, mas enfim, não passava de uma propaganda! - e fui às lágrimas. Mas, como vinha dizendo, fiquei intrigado com a introdução do tal livro. O autor, cujo nome me escapa agora, dizia que o livro iria tratar sobre o acaso. Ou, para ser mais claro, sobre como o acaso interfere em nossas vidas sem que nós nos demos conta e, além disso, sobre como nós, humanos, infelizmente não sabemos até hoje lidar com esse agente presente na vida de todos. Sem exceção. Bom, o certo é que o que me sensibilizou de imediato e me revelou que de fato o acaso brinca a todo momento com nossas vidas, foi o que o autor dis...

Cartas embaralhadas e um adeus, Saramago.

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De uns dias pra cá, muitas cartas se embaralharam em minha cabeça. Parece que eu tinha um jogo perfeito na mão, uma sequência de cartas de fazer inveja a qualquer grande jogador de pôquer, e aí, como num piscar de olhos, bateu um vento forte e frio e escuro e misturou tudo, copas, rei, ás, paus, valete, ouro, espada, amor, sorriso, dor, alegria, tudo. Agora, ainda um pouco embevecido com essa mudança tão brusca e com a qual definitivamente não contava, me pego por horas na varanda do quarto pensando na vida, olhando pra rua, como se dela fosse sair a fórmula perfeita que provasse por a+b que eu ainda sou o mesmo, e que minha vida vai continuar bem, como sempre esteve nos últimos tempos. Fico lá, na varanda, esperando que um jogo de cartas volte a se assentar em minha cabeça e me diga que, a partir dali, aquele será o arranjo com o qual vou ter de me virar, será com aquela sequência que irei jogar, que irei viver. Mas tudo o que sinto em minha cabeça são cartas e mais cartas voando, com...

Um nó.

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Um nó. É isso mesmo. Sabe quando, num determinado dia, você se depara com um nó daqueles que você tenta, tenta e não consegue desatar? Você fica aflito, até mesmo com raiva do pobre do nó que, muitas vezes, foi você mesmo que teve a proeza de criar. Pois é. Parece que estou com um nó desses na cabeça. Venho tentando afrouxá-lo, desatá-lo, rasgá-lo, e nada. Ele continua lá, intacto, indiferente à minha angústia e aos meus verdadeiros pedidos para que, por favor, meu caro nó, chispe, saia, desate-se e me deixe em paz. Ultimamente tenho, já que não consigo me desvencilhar desse mais novo (e incômodo) companheiro, pensado muito sobre ele e sobre como a vida de fato põe nós onde imaginávamos duas pontas soltas, ou, para ser mais claro e usar uma metáfora mais profunda, põe silêncios onde imaginávamos palavras. Ou põe choros onde imaginávamos risos. Tenho pensado, pensado e, em meio ao turbilhão de inquietações que me cercam a cabeça, consigo enxergar algo que sempre ouvi dizer, algo cuja ve...