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Mostrando postagens de novembro, 2011

Mais conexão - consigo

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Facebook, Twitter, MSN, email , iPhone, iPod, iPad: você também não sente falta, às vezes, só às vezes, de um mundo menos conectado? Não vou discutir aqui os inúmeros benefícios que essas modernidades nos trouxeram, como a comunicação em tempo real e gratuita entre pessoas que vivem a milhares de quilômetros de distância, a incrível velocidade com que as notícias rodam o mundo, a facilidade pra se fazer uma pesquisa sobre qualquer tema ou mesmo a simplicidade que hoje existe pra se descobrir onde anda um velho amigo que desde a infância você não vê. Isso tudo (e muito mais) é absolutamente incrível, embasbacante, sensacional. Mas vez por outra, com certa raridade até, sinto falta de uma vida menos interligada, menos pública, menos... disponível , como diria o status das redes sociais. Porque estar só é, sim, um momento enriquecedor para o ser humano: é a hora de olhar pra si, de estar não sozinho, mas consigo. Estou lendo agora mais um livro do experiente navegador Am

Com palavras, não sei dizer

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26 letras e mais um punhado de sinais de pontuação: é esse todo o arsenal de que dispõe um escritor. Outro dia entrei numa livraria e quase infantilmente me vi surpreendido por essa conclusão – óbvia, tola, até. Todas aquelas centenas de livros devidamente enfileirados, organizados e catalogados nas mais diversas estantes nada mais continham do que isto: letras. 26 apáticas formas gráficas que, sozinhas, nada dizem. No entanto, é na frieza de um a , somada à gelidez de um m , de um o e de um r que o escritor encontra um caloroso vocábulo: amor . Porque, a bem da verdade, escrever é simplesmente essa capacidade de juntar: juntar letras que formam palavras, palavras que formam frases, frases que contam histórias. Se escrever é uma arte? Penso que sim. É inimaginável a distância que há entre a repentina, natural, veloz ação de pensar que brota em nossa mente a todo instante, e o ato de traduzir esse pensamento em palavras, a formidável capacidade de dar-lhe forma gráfica. Po

A quem precisa, feliz natal

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É incrível, também acho, mas ele já está aí de novo. O natal, quem mais seria? Lembro com perfeição do último dia 24 de dezembro, de modo que admitir que de lá pra cá já se passou quase um ano, putz, faz a gente sentir esse tal de tempo pesando sobre as costas. Até poderia, mas não vou falar de como, nessa época, parte da cidade fica mais bonita, decorada, iluminada. Ou de como algumas pessoas, unicamente nesse período, decidem ser mais gentis, mostrar seu lado humano, aquele ficou enfiado no guarda-roupa o restante da temporada. Até acho bacana esse tal espírito natalino, mas não consigo deixar de lamentar que a data tenha, como tantas outras, se transformado em mais um momento pelo qual o comércio espera lambendo os beiços, mais um período em que as pessoas saem de casa – e compram, compram e compram. E tem mais: os grandes meios de comunicação, que poderiam variar um pouco o tema das reportagens natalinas e dar uma outra abordagem à data, ano após ano insistem naquela repeti

Ainda há de haver

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Confesso meu pessimismo em relação ao futuro da humanidade. Sinceramente, tenho me tornado cada vez mais cético, descrente quando ouço alguns dados nos dizendo, por exemplo, que a soma do PIB (produto interno bruto) dos 48 países menos desenvolvidos, com seus 600 milhões de habitantes, não chega à renda das três pessoas mais ricas do planeta. Ou quando ouço que, nos países em via (que via?) de desenvolvimento, mais de um bilhão de pessoas carecem de uma habitação adequada.  Ou ainda quando passo a saber que... Não, hoje vou parar por aqui, que o tema da crônica não é esse, afinal. Desta vez o que quero dizer é que, apesar de todo esse sombrio, sórdido cenário em que nos encontramos, aqui acolá tenho a felicidade de conhecer alguém que me reacende a chama da esperança, pois, sim, vendo a vida destas pessoas, não há como não ver uma luz – frágil, distante – no fim do túnel. Seu nome é Carlos, e ontem ele veio aqui em casa pra fazer uns reparos desses de que toda residência pr

Sonhar pequeno também vale

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Qual o seu sonho? O que te motiva a continuar aí, levantando diariamente da cama, indo trabalhar, estudar, pegar o ônibus, levar o carro pra consertar, fazer ligações, passar emails , rir, chorar, ter saudade, conversar com um velho amigo, se apaixonar... Pare e pense: o que está por trás disso, qual o combustível primeiro, essencial, que alimenta essa irrefreável locomotiva que é a sua vida? Se você acha que vou falar da importância de se ter um sonho grandioso pra motivar a sua existência, e da necessidade de se lutar por ele até conquistar o sucesso e o reconhecimento, a ponto de não ser só mais um neste mundo tão competitivo – lamento desapontar, mas não foi disso que vim tratar. Autoajuda nunca me apeteceu muito. Eu queria falar dos outros sonhos, os pequenos, miúdos, aqueles que, de tão singelos, nem como sonhos são classificados normalmente.  Às vezes sonho em ir à praia só pra pisar a areia e ficar ali, sentindo-a quente sob meus pés enquanto olho indeterminadam

O novo mundo

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Lá estávamos nós: Gabriel, Chico e eu conversando em mais uma tranquila volta da faculdade, ali pelas dez da noite. O papo, dessa vez, excepcionalmente, não era o sagrado futebol. Falávamos sobre esse consumismo voraz que move nossa sociedade. Essa necessidade de comprar: sorrateira, dissimulada mas eficaz, a qual o mundo consegue nos empurrar goela abaixo. Lembrávamos, num tom tão leve quanto o vento sereno que sempre invade o carro nesse trajeto que há quase cinco anos fazemos, a velocidade com que as coisas (computadores, celulares, carros, tudo) caem na obsolescência. Assim, pesquisando sobre o tema, descobri no Youtube um vídeo pra lá de interessante: A história das coisas . Talvez pelo fato de a produtora ser norte-americana, há um enfoque maior no padrão de consumo específico dos Estados Unidos – o que, obviamente, só torna os dados ainda mais alarmantes. Segure-se na cadeira, aí vão alguns desses números. Os Estados Unidos detêm mais ou menos 5% da população

Saúde

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Mais ou menos uma vez por mês vou a um hospital público aqui de Fortaleza buscar uns remédios que a prefeitura doa pra um tratamento de minha avó (pois é, nem tudo é um completo descuido no que diz respeito à saúde pública brasileira). Sempre que chego lá, invariavelmente, me deparo com o mesmo lamentável cenário: muita gente nos corredores, criança doente, idoso com jeito de quem já está com um pé na cova, adulto impaciente, doença pra dar e vender (pois é, nem tudo, tampouco, é uma maravilha na saúde pública de nosso país). Tenho a impressão de que, toda vez que entro ali, também fico um tantinho mais sem saúde. Ao sair de lá, no entanto, me lembro de que estou no caminho certo, aquele que provavelmente me manterá longe dos hospitais por muitos e muitos anos. Afinal, tento seguir o tratamento mais indicado pra quem não quer ser frequentador assíduo desses ambientes hospitalares: esporte, atividade física, corpo ativo. Bom, na verdade também não é pra tanto, não sou nenhum