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Mostrando postagens de março, 2012

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É triste, mas estou sem tempo para os devaneios do blog . Não sumirei de vez, mas os escritos serão mais raros.

Vou-me embora pra infância

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Faz algumas semanas, era um sábado de manhã, e a escola em que eu estudei até meus dez anos, na qual desde então não voltara a pisar, estava literalmente de portas abertas – aliás, alguma vez elas me estiveram cerradas? Ninguém na portaria, ninguém na recepção, de modo que fui entrando acanhado naquele ambiente que um dia foi tão meu. Havia ido lá só pra buscar minha tia, com quem combinara de ir ao cinema e que estava lá dando uma palestra para os professores da escola. Imaginando que ela ainda não se desocupara, decidi descer do carro e dar uma olhada em como estavam aqueles velhos corredores: cenários em que meus mais puros sonhos plantei. A escola estava mesmo vazia, e a cada passo que dava colégio adentro, mais estranho me sentia: foi como rever – em cada pequeno espaço que felizmente foi mantido naquela escola – um pedaço de mim que ficou pra sempre guardado naquelas salas, naquele mundo colorido que nada tem a ver com a realidade em preto e branco que mais tarde se nos

Adeus, e deve ter ido brincar

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Ela chegou aqui em casa ontem, e me bastou ler o nome do destinatário, escrito em letras tortuosas, garranchudas, típicas de quem está ainda tomando o jeito de pegar num lápis – pra adivinhar quem era o remetente daquela carta. Sim, uma carta, mais uma dessas coisas que o nosso mundo acabou por engolir sem nos perguntar se dispensávamos mesmo sua existência.  Mas a missiva era de fato de quem eu imaginara: foi só olhar o outro lado do envelope e lá estava infantilmente grafado o nome completo do meu sobrinho Vinícius, que não mora por aqui e lamentavelmente só pode nos visitar uma vez ao ano. O destinatário, no entanto, não era eu, mas minha mãe, de modo que preferi manter o envelope lacrado e esperar que ela o abrisse quando chegasse do trabalho. Mesmo com o envelope fechado, porém, num desses momentos em que percebemos estar um pouco mais sensíveis, mas em que, talvez por estarmos sozinhos, podemos nos deixar guiar por essa passageira embora acentuada sensibilidade