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Mostrando postagens de novembro, 2018

Cobrinhas ou um banho de mar

Daqui a poucos dias me mudo pra lá. Bobagem todas as justificativas que tenho me dado e que amparam a decisão de sair, depois de quase três anos, de uma cidade de 20 milhões de habitantes, cujos ensinamentos ninguém jamais vai conseguir me apagar, para uma vila de pescadores cuja população não chega a duas mil pessoas: me mudo mesmo é porque senti que precisava de novo estar perto do mar, aquele especificamente. Nossas lágrimas sentem-se mais à vontade pra despencar no oceano ou isso é só uma metáfora pobre tentando colorir esta crônica? Aliás, bonito imaginar que as lágrimas são filhas do mar — cada um sendo água-e-sal à sua maneira — e que, quando alguém chora fingindo banhar-se no oceano, está apenas tornando possível o retorno da filha-lágrima às suas origens mais misteriosas. Não nasci na Quixaba, mas sempre que alguém me pergunta de onde sou titubeio por uma fração de segundo: é que nasci em Fortaleza, mas não sou bem de lá, deveria dizer. Ou poderia adaptar a resposta que