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Mostrando postagens de agosto, 2011

Tablets e livros

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Se a intenção dos outdoors que estão espalhados por Fortaleza era só dar o que falar, eu tiro o chapéu: a publicidade cumpriu à perfeição o seu papel. Comentários e fotos no Facebook, críticas de um lado, elogios de outro – o certo é que a tal propaganda conseguiu atingir um de seus objetivos básicos, o de chamar a atenção. Tablet substitui livros . Eram essas as únicas e polêmicas palavras existentes no outdoor do Colégio Ari de Sá, que não sei desde quando passou a oferecer essa ferramenta a seus alunos. A ideia de incrementar o Tablet na vida do estudante me parece ótima, sensacional, estou muito longe de ser do tipo conservador, reacionário, daqueles que pensam que o mundo era melhor quando não havia computador, Internet e afins. (Bom, também não acho que a vida nessa época era ruim, às vezes também sinto falta de uma vida menos... conectada, mas isso é conversa pra outro dia, voltemos ao que interessa). Os Tablets vieram mesmo pra ficar, e, como disse, penso que eles pod

Las argentinas también lloran

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Noite fria na imponente capital argentina. Sozinho, eu caminhava por uma rua não muito movimentada em busca de algo que me matasse a fome, àquela altura já bastante incômoda. Então, ao passar por um carro estacionado rente à calçada, me deparei com a inesperada imagem que moveu esta crônica: uma mulher, sentada no banco da frente do veículo, lado do passageiro, coincidentemente no momento em que eu passei pelo automóvel, desatou a chorar. No banco traseiro, havia ainda um bebê posto numa cadeirinha daquelas feitas exatamente pra eles, mas era muito pequeno ainda, ouso até dizer que, fosse ele um pouco mais crescido, seguramente sua mãe – se é que ela era mãe do pequeno – não começaria a chorar tão verdadeiramente. Digo isso porque foi um choro sem pudor, um choro de quem está só, e pode enfim deixar as lágrimas fluírem, lavando o rosto, fortalecendo a alma, quem sabe. Obviamente não parei ao lado do veículo pra observar melhor a cena, assim estaria invadindo o momento da mais í

Viajar? Pra quê?

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Infelizmente, vivemos num tempo em que tudo tem de ter um propósito, uma serventia. Se você sai de casa e avisa que vai caminhar um pouco por aí, sem rumo nem hora pra voltar, certamente alguém vai lhe perguntar, ou ao menos pensar, assim meio sem jeito: mas... pra quê? Ou mesmo: mas... aconteceu alguma coisa? Pois bem, como pra tudo tem de ser dada uma função, aqui vou eu. Viajar? Por que viajar, viajar pra quê? Viajar pra sentir-se rasgando por dentro. Basicamente pra isso. Fazer compras? Tirar fotos? Experimentar as comidas típicas? Balela. Quem pensa que o propósito de uma viagem - qualquer que seja ela - é esse, infelizmente desconhece a verdadeira utilidade da coisa, e acaba se empaquetando nessas pequenices, nesse turismo superficial, supérfluo. Obviamente não estou dizendo que fazer compras, tirar fotos e filar uns pratos típicos fazem com que uma viagem perca a sua essência, claro que não. Tudo isso pode sim fazer parte do pacote, mas o que quero dizer é que o miolo,