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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Por que escrever

Faz muito tempo que não escrevo com frequência, quase me assustei, agora, quando me dei conta de que já ia quase a completar um ano da última vez que me pus a escrever. Em todo o ano passado, somente por duas vezes segui esse ritual da folha em branco, do silêncio, do esvaziamento lento que me abre uma fresta, sim, uma fresta pela qual eu vejo. Um lugar, uma pessoa, uma lembrança?  Sim, em parte. Na sede de acalmar nossa cabecinha que tudo quer estabilizar, agarrar, nomear e que portanto não se conformaria, pondo os olhos pela fenda, em enxergar um mundo de coisas sem nome, acabo por ver lugares, pessoas, lembranças. Mas o que há mesmo, quando ponho os olhos pela fresta, sei que é um pedacinho de mim, e o resto  –  pessoas, lugares, lembranças  –  fica ali apenas rebuçando esse pedaço meu muito íntimo, que nem sei que forma tem. Nessas semanas meu amigo Lúcio me sugeriu que eu voltasse a escrever. Aceitei a sugestão e pra falar a verdade eu também já vinha há tempos me cobrand