Saúde
Mais ou menos uma vez por mês vou a um hospital público aqui
de Fortaleza buscar uns remédios que a prefeitura doa pra um tratamento de
minha avó (pois é, nem tudo é um completo descuido no que diz respeito à saúde
pública brasileira).
Sempre que chego lá, invariavelmente, me deparo com o mesmo
lamentável cenário: muita gente nos corredores, criança doente, idoso com jeito
de quem já está com um pé na cova, adulto impaciente, doença pra dar e vender
(pois é, nem tudo, tampouco, é uma maravilha na saúde pública de nosso país).
Tenho a impressão de que, toda vez que entro ali, também fico um tantinho mais
sem saúde.
Ao sair de lá, no entanto, me lembro de que estou no caminho
certo, aquele que provavelmente me manterá longe dos hospitais por muitos e muitos
anos. Afinal, tento seguir o tratamento mais indicado pra quem não quer ser
frequentador assíduo desses ambientes hospitalares: esporte, atividade física,
corpo ativo. Bom, na verdade também não é pra tanto, não sou nenhum atleta de
alto rendimento e nem tenho uma alimentação que eu considere exemplar: como de
tudo quantas vezes tenho vontade. Quis dizer apenas que me preocupo em três
vezes na semana botar as articulações pra trabalhar.
Ontem estava conversando com a Olívia (bem, o nome dela não
é esse, mas, como ela ficou um pouco injuriada quando a avisei que iria falar
de seu sedentarismo por aqui, preferi mudar seu nome, pra preservá-la, que nem
naqueles programas policiais), uma amiga gente fina que me confessou algo muito
sério sobre sua vida: até não muito tempo, ela não fazia um exercício sequer,
se alimentava praticamente à base de sanduíches, biscoitos e afins e tomava –
essa parte deve causar náuseas em qualquer nutricionista – dois litros de
Coca-Cola por dia. Mas ela tem progredido, de modo que hoje não toma mais esse
veneno gaseificado de coloração escura e faz ioga com bastante frequência.
Acho engraçado: percebi que há uma quantidade enorme de pessoas
de mais idade que fazem cooper. Coincidência? Claro que não. Muitos
provavelmente passaram a vida inteira sem fazer exercício com regularidade,
deixando enferrujar todas as engrenagens dessa máquina que é o corpo humano.
Então, num belo dia em que foram ao médico, possivelmente apareceu algum tipo de diagnóstico
não muito agradável (pressão alta, colesterol acima do limite normal,
diabetes...) e a prescrição do doutor: você precisa fazer algum tipo de
exercício físico. E lá se vai a terceira idade correr atrás da saúde que não
cultivaram quando mais jovens.
Porque atividade física, no fim das contas, é igual a
aposentadoria: ou você contribui enquanto é jovem e depois colhe os frutos, ou
então vive deixando isso pra lá e depois dos 50 lamenta o que poderia ter feito durante a juventude.
Frase do dia:
"(...) é tanto o que temos para dizer quando calamos (...)"
José Saramago
Acho que me identifico mais com a Olívia do que com você no quesito saúde. Mas, assim como ela, acho que estou progredindo a passos largos.
ResponderExcluirPorém, não posso negar que sempre me questiono sobre essa onda geração saúde. Acho que tem muito marketing por trás de tudo isso, sabe? Em cima dos produtos vendidos para isso, inclusive produtos alimentícios, esportivos e blá blá blá. Mas enfim, isso é conversa pra uma noite regada à cerveja (algo condenável para a vida politicamente saudável).
Beijo,
Larissa.
(...) tento seguir o tratamento mais indicado pra quem não quer ser frequentador assíduo desses ambientes hospitalares: esporte, atividade física, corpo ativo.(...)
ResponderExcluirEngraçado, pouco depois de escrever esse comentário vc me ligou dizendo q não ia para o racha porque tava de ressaca: "to meio ressaquiado, acho que não vou poder concorrer na eleição de melhor do racha hoje, vou não oh Chico"
Pode isso Lyoto?