Alma desanuviada
Adentrou lentamente o mar. Antes disso, saiu da sombra da barraca em que estava comodamente sentado; tirou a camisa de algodão macia, recém-lavada; jogou-a sobre a mesa onde já estavam outros pertences; deu um último gole no copo de cerveja que estava por menos da metade e até um pouco quente; engoliu satisfeito; e partiu. Caminhou descansadamente em direção ao oceano, mostrando suas costas nuas e excessivamente brancas, num claro sinal de que aquele trinômio praia, sol e mar era apenas uma eventualidade em sua dele vida. Trespassou umas quantas pequenas ondas que lhe beijavam os pés, e pareceu ligeiramente incomodado com a frieza da água, que lhe batia nas canelas e lhe respingava no corpo, fazendo-o até pensar em não mais prosseguir com aquela bobagem; melhor teria sido ficar sentado na cadeira, à sombra, bebericando e sentindo a vida massageando-lhe os ombros. Mas agora era tarde, já estava com a água a bater nos joelhos, e isso lhe fez pensar subitamente que seria por demais ridícu...