Sutil, em benefício dela
Poucas vezes em minha ainda curta vida vi um ato tão amoroso. Sutil, discreto, para muitos uma banalidade que pouco ou nada significou, mas a mim pouco importa: eu gosto das banalidades, o essencial da vida reside mesmo é lá – no banal, no sutil. Imagine: sua mãe vive os últimos dias de vida, não há mais como lutar contra uma doença mesquinha que, hora a hora, dia a dia, suga dela um tantinho mais de sua força. Não, ela não está num leito de hospital: a família, num ato louvável de humanidade e ciente de que não havia mais o que fazer, poupou-a das paredes brancas e dos olhares cientificamente indiferentes de médicos especializados. Assim, ela estava em sua cama e certamente feliz com isso, porque, quando não há mais remédio que nos chegue, é a ela que recorremos como último medicamento, ou talvez, repensando a sentença, talvez ela seja o primeiro, e não derradeiro, remédio que sempre buscamos. Vendo assim que sua mãe...