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Medo, mais que da morte, da vida

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Você tem medo? Foi essa a pergunta, apenas aparentemente despretensiosa e que se referia à vida em geral, que um dia desses minha namorada me fez enquanto conversávamos acho que sobre as dificuldades, os anseios que estavam atormentando a mim ou a ela, também já não lembro ao certo. Acho que pensei um pouco antes de responder – aliás, está aí algo que às vezes acaba por me fazer mal, embora seja esta igualmente a maneira que encontro de me sentir bem: pensar. Pensar antes de falar, pensar antes agir, pensar depois de ter agido ou mesmo sem nada ter feito: penso para evoluir, mas como pensar sem me doer? – e lhe disse que sim, que tenho medo da vida, que isso deve ser coisa meio do ser humano até. Não que eu tenha me arrependido da resposta, pelo contrário, mas acho que ela não foi suficiente, havia algo mais por dizer, e é por isso, será sempre por isso, que volto a escrever: para tentar exprimir o que não foi de todo dito, para repisar o terreno já batido, escrevo para correr...