Feixe de luz
Domingo - último dia da semana, que na verdade dizem ser o primeiro - tenho conseguido a duras penas manter o hábito de escrever. Sentar e escrever, em algum momento da jornada. É sentar, ligar o computador, abrir a janela (redigir com calor não dá) e esperar vir a ideia. Esperar vir a ideia, esperar vir a ideia... E é aí que lembro: a ideia não vem; é você quem vai; afinal de contas, como diria o velho gajo Saramago, "tudo no mundo está dando respostas, o que demora é o tempo das perguntas." O texto, portanto, o tema da crônica, está sempre lá, pra'lém da janela; o negócio é só conseguir capturá-lo e traduzi-lo em meia dúzia de palavras. É essa, somente essa, a missão de quem se mete a escrever, pois o mundo, repito, está o tempo inteiro, em toda parte, oferecendo as crônicas mais lindas, mais líricas, mais humanas; está tudo aí, de bandeja; falta apenas quem as traduza. A crônica está no choro inocente, verdadeiro - e por isso singular - da criança que pede no shopping ...