O mundo.


"Encontro com Mílton Santos: o mundo global visto do lado de cá" Esse é o nome do vídeo que vi agora há pouco, e que me deixou bastante decepcionado. Não com o vídeo, que é ótimo e que, dividido em dez partes, está disponível no Youtube; mas, sim, com o mundo.

É incrível como a gente consegue tapar os olhos para aquilo que está aqui, ó, na nossa frente, e nós não percebemos; ou, se percebemos, já não nos sensibilizamos, o que é ainda mais lamentável.

É desagradável chegar a nossos privilegiados ouvidos dados como o de que as 500 pessoas mais ricas do mundo têm mais dinheiro que as 416.000.000 mais pobres; ou que em 1990 um americano ganhava 38 vezes mais que um tanzano (quem?, tanzano?), enquanto hoje ganha 61 vezes mais; ou ainda que, dos U$178,00 pagos pelo consumidor por um paletó Liz Claiborne vendido nos Estados Unidos, somente U$0,74 vão para as mãos de quem, em El Salvador, o produziu.

Constatada a lamentável situação, não tenho sugestões a dar, e tampouco me atrevo a ingenuamente vislumbrar vias através das quais esse imenso abismo possa ao menos se estreitar. Ainda assim, não deixo de recomendar o vídeo, que é duro, como o mundo.


Frase do dia:
"A humanidade se divide em dois grupos: o grupo dos que não comem; e o grupo dos que não dormem, com receio da revolta dos que não comem."
Josué de Castro

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